12 Nov 2024
Indústria de calçado investe para ser a mais moderna do mundo
-primeiros investimentos já concluídos
Está já em velocidade de cruzeiro o projeto mobilizador FAIST, o consórcio que engloba 45 co-promotores e que se propõe desenvolver, até final de 2025, 34 produtos inovadores. "O nosso objetivo é que a indústria portuguesa de calçado permaneça na vanguarda e que se consolide como a mais moderna do mundo” considera o Presidente da APICCAPS, Luís Onofre. As primeiras soluções serão apresentadas já esta semana, em Estarreja.
O FAIST (Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica) pressupõe um investimento de 50 milhões de euros, no âmbito do PRR, e enquadra-se no novo Plano Estratégico do Cluster, que tem como a ambição de se transformar numa "referência internacional” e "reforçar as exportações portuguesas, aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva”.
Florbela Silva, coordenadora do projeto, assume que 50% do projeto está já executado. A Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica quer fazer da indústria portuguesa a mais moderna do mundo, "assegurando uma maior eficiência produtiva, maior rentabilidade, ao qual acrescem melhores condições de trabalho e uma maior flexibilidade na capacidade de resposta ao mercado”.
Para isso, associaram-se 45 empresas e entidades do sistema científico e tecnológico, nomeadamente universidades e centros tecnológicos. Em conjunto, comprometem-se a desenvolver 34 bens de equipamentos, 20 soluções de software, 5 linhas integradas de produção, mais de 15 produtos de calçado e componentes inovadores, bem como 3 unidades piloto de experimentação e demonstração.
De acordo com Florbela Silva, serão criados 300 novos postos de trabalho, 100 dos quais altamente especializados, nomeadamente quadros superiores, num projeto que visa "aumentar o grau de especialização da indústria portuguesa de calçado para novas tipologias de produto” e potenciar "a capacidade de oferta das empresas portuguesas de calçado através do reforço da capacidade de fabricar médias e grandes encomendas, utilizando processos de montagem mais eficientes”.
Para a diretora da unidade de Inovação e Fabrico Digital do CTCP, o FAIST "foi criado como resposta às necessidades do setor do calçado e marroquinaria, com um foco na preparação deste setor para os desafios futuros, apostando de forma decisiva nas tecnologias digitais e na sustentabilidade dos processos e produtos, visando uma maior eficiência e rentabilidade, resposta rápida ao mercado, melhoria das condições de trabalho e diferenciação do produto”. Acresce que importa "alargar o leque de especialização da indústria do setor com novas tipologias de produto baseados no conhecimento, aumentar a capacidade de oferta das empresas e inserção de Recursos Humanos (RH) qualificados”.
O conhecimento, em particular, "será a nova base de recrutamento, contribuindo para a igualdade de género e de oportunidades, o reforço da coesão social nas zonas de implantação da indústria, com impacto no emprego, na fixação do emprego qualificado, nas exportações e no desenvolvimento regional mais sustentável; aumento da visibilidade e notoriedade do cluster do calçado que poderá ambicionar alargar a sua intervenção na cadeia de abastecimentos mundial”. Adicionalmente, importa "aumentar a produção nacional de bens de equipamentos e tecnologias avançadas, apostar no fabrico de produto sustentáveis e criação de linhas de produção automáticas”.
Para Florbela Silva importa que o FAIST proporcione "a reindustrialização e uso de processos de elevada produtividade que permitam às empresas fabricar pequenas, médias e grandes encomendas a preços competitivos, conseguindo entrar nas grandes cadeias de distribuição, que no passado se abasteciam em mercados mais baratos, como a Ásia”.
Ministro Castro Almeida preside à sessão
Os primeiros resultados do FAIST serão publicamente apresentados na próxima 6ª feira, 15 de novembro, a partir das 14h30, na DCSI Pro, em Estarreja, numa cerimónia presidida pelo Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que coordena o PRR.
No âmbito desta Ação de Demonstração, destaque para a apresentação "Automação no Calçado”, à qual se seguirá uma mesa-redonda com vários especialistas do setor. No final, está prevista uma visita às instalações da DCSI Pro, uma das mais modernas empresas do mundo.
Fonte:
In, APICCAPS